segunda-feira, 24 de junho de 2013

Quinta-feira, 27/06 - 14h45




Pretty Baby Menina Bonita
(Pretty Baby, dir. Louis Malle, EUA, 1978, 109 min., 14 ANOS)

Em 1917, Ernest J. Bellocq (interpretado por Keith Carradine) instalou-se com seu equipamento fotográfico no bordel de Madame Nell na zona de Nova Orleans. Como todo fotógrafo, ele também tinha seu lado voyeur. E, assim, estava no lugar certo na hora certa. Pouco tempo depois, a prostituição foi proibida e imagens de mulheres nuas foram consideradas pornografia. Suas fotos das prostitutas, muitas menores de idade, podem não ter lhe proporcionado muito retorno financeiro, mas certamente satisfizeram sua libido e seus desejos íntimos. Pois o “ato de tirar fotografias estabelece uma relação crônica e voyeurística com o mundo e nivela a significação de qualquer acontecimento.
Quase cem anos depois, com a ampla difusão da pornografia, em especial a pedofilia na internet tem sido repudiada e combatida. No entanto, em 1978, o filme foi bem recebido pela crítica e pela sociedade. Em Pretty Baby, a fotografia e a obsessão apontam para uma menina de 12 anos, Violet (Brooke Shields, em seu primeiro filme de maior visibilidade), filha de Nell (Susan Sarandon). Leiloada para perder sua virgindade para um cliente endinheirado, a jovem é ainda retratada nua em poses provocantes: no banho, no sofá, no jardim com a mãe. Pornografia? Pedofilia? Talvez. Mas, antes de mais nada, arte fotográfica, conduzida com maestria por Louis Malle e seu diretor de fotografia, o consagrado sueco Sven Nykvist.
O filme nos mostra, ainda, que fotografia é também magia. “Como você fez isso?”, indaga a curiosa Violet sobre uma de suas fotografias. “Mágica. E só precisei de um segundo”, responde Bellocq orgulhosamente. Desde sua invenção e até os dias de hoje, a fantasmagoria das imagens fotográficas ainda suscitam a ancestralidade mágica do ser humano.

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