Espíritos - A Morte está ao seu Lado
(Shutter,
dir. Banjong
Pisanthanakun e Parkpoom
Wongpoom,
Tailândia, 2004, 93 min., 14 anos.
Em 1838,
o francês Daguerre (conhecido como um dos inventores da fotografia) nos mostra
um bulevar de Paris em plena luz do dia. Nessa imagem, no entanto, não há
pessoas nas calçadas nem veículos na rua. Tudo está vazio, morto, não fosse um
solitário engraxate e seu cliente referindo-nos à vida. Os longos tempos de
exposição dos materiais sensíveis à luz não permitiam o registro de movimentos.
No final do século XIX, outro francês, Eugène Atget, dedicou-se a fotografar o
vazio das ruas parisienses, propositalmente excluindo as pessoas de suas
imagens. Mas, de vez em quando, aparecia um “fantasma” espreitando atrás de uma
janela.
Nesse
filme, são fantasmas fotográficos que assombram o jovem fotógrafo Thun e sua
namorada Jane. Após atropelar uma moça e não lhe prestar atendimento, formas
estranhas começam a aparecer nas suas imagens. Amedrontados, investigam o
fenômeno. Os amigos de Thun têm mortes trágicas e Jane descobre que Thun não
lhe contou tudo sobre o seu passado.
Com todos
os clichês de filmes de terror – portas rangendo, água pingando, trilha musical
dramática, mortos com rostos deformados – “Espíritos” é um filme divertido,
onde a fotografia não só é protagonista da história como também a ferramenta
para desvendar os mistérios que assolam o casal. Se a fotografia revelada no
laboratório pode ser manipulada, a instantânea Polaroid “não mente” - como
afirma no filme o editor de uma revista sensacionalista de espíritos - e
funciona muito bem para caçar e encontrar fantasmas.
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